terça-feira, 23 de outubro de 2018

32 - O RETORNO DE VOLTAIRE



Logo após os ataques terroristas de 2015, a França assistiu a um grande aumento nas vendas da obra “Traité sur la tolérence” de Voltaire, o grande filósofo iluminista francês do século XVIII, cujas obras ajudaram a aclarar as mentes da população da França e de todo o mundo para a necessidade da liberdade e combate ao absolutismo. Suas ideias levaram à revolução francesa, revolução americana e também à nossa Inconfidência Mineira. Eis que o filósofo está sendo novamente chamado para esclarecer as mentes e ampliar a compreensão da população francesa em pleno século XXI.
No período clássico e romântico, os escritores, filósofos e poetas eram vistos como “guias da humanidade” pois, como pessoas letradas, possuíam uma visão mais ampla dos problemas de seu tempo e usavam de sua arte para criticar as desigualdades sociais, esclarecendo e incitando a população para a necessidade de mudanças.
Na referida obra, Voltaire defende a reabilitação da memória de um homem que foi injustamente condenado à morte por um tribunal intolerante por ter sido acusado de matar o filho por questões de divergência religiosa. O grande escritor e representante da filosofia das luzes brade sua pena clamando contra o  desrespeito à liberdade de crenças e à falta de tolerância que foram e que continuam sendo responsáveis por tantos conflitos religiosos tanto em seu país como em todo o mundo. No seu tratado, Voltaire mostra que erros podem ocorrer em virtude do “fanatismo”.
O texto escrito pelo grande filósofo não podia ser mais atual. A sociedade brasileira tem vivido nesses últimos meses uma situação política de verdadeiro “fanatismo”. Onde a tolerância e o respeito à liberdade da opinião alheia? O que se vê é um verdadeiro confronto desconstrutivo de opiniões e ataques à liberdade de expressão da vontade política de cada um. Por isso compreendemos o fenômeno que ocorre nos últimos anos na França e clamamos: retorna também ao Brasil Voltaire! Porque os conceitos que ensinaste ainda não foram apreendidos e sem a Liberdade, Igualdade e Fraternidade, que ajudaste a disseminar, jamais nosso povo vai alcançar a Ordem e o Progresso que tanto deseja.

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

31 - "LE MAL DU SIÈCLE" NO BRASIL?



Em minha última viagem à Europa ví uma situação interesante: estava no metrô da cidade de Milão e ao meu lado sentou um jovem de seus vinte e poucos anos que escutava música em um celular usando fone de ouvido. Como estava ao seu lado, passei os olhos pela tela do celular por pura curiosidade e pude identificar nela a figura do cantor, compositor e cineasta françês Serge Gainsbourg, grande ícone da cultura pop do século XX, celebrado pela ousadia de suas músicas (os de minha geração vão se lembrar de “Je t’aime… moi non plus, música de cunho erótico que ele canta com a atriz e cantora Jane Birkin. Essa música foi censurada no Brasil em 1969 e fez um grande sucesso no mundo todo). Estranhei o fato de um jovem (que não sei se era françês ou italiano) escutar, em 2018, a música de um cantor falecido em 1991, quando certamente ele nem havia nascido, porque isso aqui no Brasil não seria comum. Entendi que isso era uma questão de cultura. Por sinal, acabei de ganhar de presente um CD, com os maiores sucessos de Serge Gainsbourg e entre as músicas, dois títulos me chamaram a atenção: um se chama “Baudelaire” e o outro “Chatterton”. Mas por que lembrei desse fato agora? Porque estou estudando literatura francesa do século XIX e entrei em contato com as obras de Baudelaire (grande poeta françês, precursor da modernidade) e tomei conhecimento que Chatterton é uma peça romântica do escritor e poeta Vigny, que fez grande sucesso na França, na primeira metade do século XIX. Para mim, foi uma surpresa ver dois grandes poetas do século XIX serem homenageados por um artista no fim do século XX. Isso também é uma questão de cultura. Fazendo uma pequena retrospectiva da situação vivida no século XIX, observamos que desde o início desse século, o povo se sentia perdido, após assistir a derrocada dos ideais da revolução francesa e a decepção com o império napoleônico. Era a falência do sistema político françês e a sensação de desencanto era geral. O povo sofria "du mal du siècle", pela incerteza do futuro e vivia seus dias em "deuil" (luto), cuja cor característica e predominante era o negro (pelo menos entre os intelectuais). Alguma identificação com a situação que o Brasil vive nos dias atuais? Para mim, toda! Naqueles dias, floresceram as artes e sobretudo a poesia romântica e o poeta era visto como um ser superior, um mediador entre Deus e os homens, responsável por guiar o povo em direção ao caminho da liberdade. Nunca o povo brasileiro se sentiu tão perdido e tão necessitado de um guia como nos dias atuais. Por isso eu peço: que clamem os artistas, os poetas, os escritores! Que usem sua arte para nos ajudar a renovar nossas esperanças em dias melhores no futuro! Porque parafrasendo um comercial do canal de TV Arte1, “A arte existe porque a vida não basta”.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

30 - NASCER DO SOL (SOLEIL LEVANT)


Tradução intersemiótica de minha autoria do quadro de Claude Monet, pintado em 1872, precursor do Impressionismo.
(Atividade realizada para a disciplina de "Tradução Poética" do curso de Letras/Francês - UFPB em 2018)

O pescador vê a treva se iluminar
Em seu barco no meio do mar

O tempo parece acordar
Só se ouve o som do marulhar
Da água do mar

E o vento suave a soprar
Parece a água acariciar
trazendo um movimento ondular
que faz parecer dançar a água do mar

O horizonte começa a clarear
E aos poucos o céu
Com um pincel começa a se pintar
De vermelho, rosa e amarelo
Que se refletem no mar

E as cores na água refletida
Parecem nos dizer que a vida
Todos os dias vai se renovar
E após algum tempo de espera
Surge o sol com sua grande esfera
Bola de fogo lembrando uma aquarela
E o calor de seus raios logo impera
Enchendo assim de luz o céu e o mar

quinta-feira, 13 de julho de 2017

29 - 14 DE JULHO - FESTA NACIONAL DA FRANÇA

"Liberdade nas Barricadas" Pintura de Ferdinand Delacroix.

No dia 14 de julho a França comemora a sua Festa Nacional. É um feriado celebrado anualmente em memória ao episódio histórico da Tomada da Bastilha em 14 de julho de 1789. As comemorações desse feriado consistem em grandes celebrações e paradas militares por todo o país, com destaque para o desfile militar da avenida Champs-Élysées em Paris, prestigiado pelo Presidente da República.
Para compreendermos um pouco o que foi a Revolução Francesa, é necessário saber que a sociedade francesa do século XVIII era estratificada e hierarquizada. No topo da pirâmide social, estava o clero que também tinha o privilégio de não pagar impostos. Abaixo do clero, estava a nobreza formada pelo rei, sua família, condes, duques, marqueses e outros nobres que viviam de banquetes e muito luxo na corte. A vida dos trabalhadores e camponeses era de extrema miséria, portanto, desejavam melhorias na qualidade de vida e de trabalho. A burguesia, mesmo tendo uma condição social melhor, desejava uma participação política maior e mais liberdade econômica em seu trabalho.
Em 14 de julho de 1789, a população de Paris, revoltada com o governo absolutista do rei Luiz XVI, invadiu e destruiu a Bastilha, uma antiga fortaleza com muralhas de 25 metros de altura, que servia de prisão e que era um símbolo do despotismo real. Iniciava-se assim, a Revolução Francesa, movimento social que inaugurou uma nova era política para a humanidade.  Os revolucionários franceses saíram às ruas para derrubar muros, enfrentar os fuzis e as baionetas de um regime opressor, sustentado por um modelo de sociedade cheia de privilégios e pelo povo - principalmente, camponeses e proletários trabalhadores cheios de fome.

A Revolução Francesa foi um importante marco na História Moderna da nossa civilização. Significou o fim do sistema absolutista e dos privilégios da nobreza. O povo ganhou mais autonomia e seus direitos sociais passaram a ser respeitados. A vida dos trabalhadores urbanos e rurais melhorou significativamente, entretanto, os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade pregados pelos revolucionários ainda estão longe de serem alcançados nos dias atuais.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

28 - NOSSA HOMENAGEM AO DIA DA LIBERTAÇÃO DA BAYEUX FRANCESA - 6 DE JUNHO DE 1944 - "DIA D"




No dia 6 de junho de 2017 o mundo comemora os 73 anos da defraudação da maior operação de guerra de todos os tempos, o "Dia D" e da libertação da cidade de Bayeux francesa, primeira cidade libertada do jugo nazista. Como homenagem a esse importante evento, fiz a tradução de um trecho da emocionante reportagem veiculada na revista francesa "Le Figaro" em 6 de junho de 2014 que deixo para a apreciação de todos.

"OS HERÓIS DO DIA D"
"A noite caiu sobre Caen. Na casa de seus pais, na rua Verrier, muito perto do estado-maior alemão, Andre Heintz, apelidado de "Théophile", um jovem da resistência de 24 anos encarregado de organizar o grupo da Organização Civil e Militar dos Jovens (OCMJ) para a Baixa Normandia, escuta a BBC em seu posto com um rádio de galena escondido em uma lata de conserva. Estamos em 5 de junho de 1944. São 21h15. Durante dezesseis longos minutos, de acordo com o comando aliado, a Rádio Londres divulga 210 “mensagens pessoais” de passagem para a ação armada destinada à Resistência. Heintz retem sua respiração e ouve: “Os dados estão sobre o tapete”. Depois outro, “Faz calor em Suez”, em seguida “Não façam piadas”. Mais um e ele saberá enfim se as informações que lhe deram são verdadeiras. A voz nasalada da BBC continua: “A flecha não perfurará”. O jovem sente a cabeça girar. Desta vez, o momento chegou! O Desembarque acaba de ser anunciado para o dia seguinte, 6 de junho, aos grupos de combate normandos. “Nunca esquecerei esse instante”, diz ele. “Esperávamos aquilo há muito tempo!”.

Às 22h56, partindo da base aérea de Tarrant Rushton, no Dorset, na Inglaterra, seis planadores Horsa, rebocados por bombardeiros Halifax, decolaram, tendo a bordo, os homens da companhia D, “2º Ox & Bucks” da 6ª Divisão Aerotransportada, comandados pelo major John Howard. Eles voam no escuro e rompem suas amarras exatamente acima de Cabourg , a cerca de 6.000 pés. Seu objectivo é tomar a ponte do canal de Caen em Bénouville e a ponte sobre o rio Orne em Ranville, para proteger o flanco esquerdo das tropas britânicas, canadenses e francesas que devem desembarcar no dia seguinte nas praias de Sword, Juno e Gold. A descida é rápida e os comandados serram os dentes. Todos sabem que, apesar do efeito surpresa esperado e os movimentos de assalto que repetiram durante meses, estarão entregues à eles mesmos uma vez engajados no combate. Primeiros no solo, primeiros a servirem…
Na ponte de Bénouville (mais tarde renomeada Pegasus Bridge), alguns minutos após a meia-noite, no dia 6 de junho de 1944, Helmut Römer, 18 anos, monta guarda. Cansado, ele olha para o relógio. O soldado que vai rendê-lo está atrasado e a correia de sua arma que ele usou durante suas aulas na Alemanha, machuca seu ombro. Seria melhor estar em casa, longe dessa guerra que ele vê com desconfiança. No céu imenso, o ronronar característico dos bombardeiros ingleses tira-o de seu morno devaneio.
Mas o jovem soldado da Wehrmacht está longe de imaginar que estes aviões são os que acabam de rebocar os planadores dos comandados que pousaram a menos de 50 metros do seu objetivo. Ainda melhor que no exercício…
Despreocupado, Römer olha a água que cintila sob sés pés. É 0h16.
Atordoados pela aterrisagem, os Britânicos emergem devagar dos planadores. Depois de uma ligeira espera, eles se infiltram em silêncio nas casamatas protetoras do acesso à ponte e neutralizam alguns soldados alemães adormecidos. Römer marcha impaciente, sem imaginar um só instante o que acontece a menos de dez metros dele. Em seguida, uma metralhadora estala. De repente, uma vintena de homens com rostos pintados de preto irrompem dos arbustos. Aterrorizado, ele só tem tempo para lançar um localizador e fugir na escuridão dando o alarme. "Eu ainda não entendo como eu tive a vida salva naquela noite!" surpreende-se. Entre os alemães, o pânico é completo. Eles atiram em todas as direções, enquanto seus atacantes atravessam a ponte, cobertos pela fumaça, e lançam granadas de fósforo nos ninhos das metralhadoras que explodem imediatamente. Pegasus caiu em menos de dez minutos. Assim como a ponte de Ranville. A maior operação de desembarque da História começou. No mesmo instante, tolhido em sua roupa de salto e apertado contra seus camaradas a bordo de um C-47 da IXth Troop Carrier Command que voa sobre o Canal da Mancha, Don Jakeway, sargento da companhia H do 508º regimento de paraquedistas da 82ª Divisão Aerotransportada, está perdido em seus pensamentos. "Eu me perguntava se eu iria começar a atirar em um ser humano, explica ele. E depois eu também pensava no que estaria acontecendo lá embaixo nessa Normandia que eu não conhecia ... ".

Alistado no exército após o ataque dos japoneses a Pearl Habor, em 7 de Dezembro de 1941, como todos os jovens de Johnstown, pequena cidade de Ohaio onde cresceu, ele seguiu por três anos, uma das mais difíceis formações militares da época nas tropas aerotransportadas. Mas esta noite, o estresse embrulha seu estômago: o café e os donuts rapidamente engolido antes da partida ali permanecem. Ele sente náuseas. De repente, as ordens são dadas: "De pé e segurem-se!". Mecanicamente, Don verifica o equipamento do paraquedista que o precede. "Tudo ok!". A luz verde acende-se e ele desaparece na noite sem ouvir a despedida do chefe de vôo que grita: "Boa sorte, rapazes!". É 1h14 da manhã.
As duas divisões de paraquedistas tinham por missão isolar o Cotentin , para lançar ataques contra os alemães e se juntarem às tropas de desembarque da praia de Utah, aguardadas na manhã de 6 de Junho. Mas a densidade de fogo dos canhões antiaéreos é terrível. Dezenas de aparelhos são atingidos e explodem durante o voo. Outros se chocam contra o solo, geralmente antes dos paraquedistas terem tempo de sair. Muitos pilotos quebram as formações e decidem colocar o sinal verde em marcha antes mesmo que as zonas de salto sejam alcançadas, e às vezes mais perto do solo que previsto. Assim, muitas companhias se encontram abandonadas a várias dezenas de quilômetros de seus objetivos: os homens da 82ª divisão aerotransportada em torno de Sainte-Mère-Eglise e as da 101ª espalhados por Carentan. É um desastre. Muitos se afogam nos pântanos e em muitas áreas alagadas voluntariamente pelos alemães. Mais de 1.500 homens foram mortos, feridos ou feitos prisioneiros.”

sábado, 9 de abril de 2016

27 - BRUXELAS E O TERROR

Imagem: Grand Place - Bruxelas.



O terrorismo é uma das piores mazelas que o mundo sofre nos dias de hoje. Acredito que a maioria de nós brasileiros, por falta de vivência, felizmente, não sabemos avaliar o contexto do terrorismo em si mesmo. Também não sou especialista no assunto, mas não posso me furtar de expressar nessas linhas algumas reflexões sobre o tema. Claro que o terrorismo não está restrito à Europa, mas os recentes atentados em Paris e sobretudo o último em Bruxelas têm chamado à atenção do mundo para um problema que, convenhamos, está longe de ser solucionado. O que se via tanto em Paris como na Bélgica, poucos dias antes do último atentado, era uma população incentivada a continuar com sua vida normal, como se nada tivesse acontecido, apesar dos duros golpes sofridos recentemente. A política atual orienta que se siga o discurso de que “não se deve sentir medo, pois esse é o objetivo primordial do terror: fazer-se temido. Mas, sinceramente, como não sentir medo, quando observamos o grande número de policiais nas ruas? Como não sentir medo quando nos dizem para evitar lugares com muitas pessoas como shoppings, estações de trem e pontos turísticos mais visitados? Como não sentir medo, quando temos de ser revistados em todas as lojas (a partir das de tamanho médio) e supermercados que entramos? Como não sentir medo quando senta algum descendente de árabe ou muçulmano ao nosso lado no metrô? Pensamos então: meu Deus, estarei discriminando? Afinal de contas, nem todo árabe é terrorista. Mas o medo não deixa de existir, apesar de nossas ponderações. E em Bruxelas, muito mais que em Paris, impressiona o número de pessoas de descendência árabe na cidade. E o que nos comove mais, é saber que, apesar da maioria dessas pessoas, sobretudo jovens, terem realmente nascidos na Bélgica, não são aceitos na coletividade belga em virtude de sua descendência árabe e muçulmana. Também por terem nascido na Bélgica, não são aceitos nas comunidades dos diversos países árabes dos quais são descendentes. Essas pessoas, em sua maioria jovens, são assim considerados apátridas em seu próprio país. E isso não acontece apenas na Bélgica, mas também na França e acredito que em outros países da Europa. Rejeitados, não lhes  resta nada mais que sua religião, e isso facilita sua cooptação pelo Estado Islâmico. Claro que aqui não estou tentando explicar as razões do terrorismo, mas apenas expor uma face mesquinha da sociedade atual, que sofre as consequências de sua discriminação exacerbada e sua falta de amor ao próximo. Afinal de contas, se todos os povos se unissem e se irmanassem, o contexto do mundo certamente seria outro. Reflitamos!

domingo, 15 de novembro de 2015

26 - CHORA MARIANNE! (PLEURE MARIANNE!)


Em solidariedade aos amigos franceses, pelo atentando ocorrido em 13/11/2015 em Paris.

Chora Marianne!
Chora por teu povo
Chora pelos inocentes
Cujas vidas foram ceifadas repentinamente
Por loucos imprudentes

Chora Marianne
Chora pelos desesperados
Chora pelos inconformados
Pelos que têm sangrando o coração
Para que não deixem o ódio vencer em sua comoção

Chora Marianne
Chora pelos desatinos
Chora pela intolerância
Pela fé cega, louca e repleta de sentimentos de vingança
Daqueles que não conhecem o que é ter fé e esperança

Chora Marianne
Chora pelo mundo
Chora pela dor
E que tuas lágrimas possam fazer com que no sentido mais profundo 
os homens reconheçam o valor que têm a PAZ e o AMOR.

domingo, 16 de novembro de 2014

25 - SARAU POÉTICO



(Em homenagem à Profª Valéria Pinheiro Montenegro, no lançamento de seu livro "Porcelana Chinesa" em novembro de 2014)

Momentos inolvidáveis de saudades
de congrassamento de afetos inexplicáveis
de palavras que ecoaram direto no coração
e de canções que nos encheram de emoção

Quão grande é a ventura do reencontro de almas afins
gente que há décadas não se via
E que até nessa vida nunca se haviam encontrado um dia
Mas que se uniram para celebrar o amor e a poesia

Lágrimas de alegria e esperança
Banharam os nossos olhos e nos trouxeram a nostalgia
Pela certeza de que todos estaremos reunidos novamente um dia
Na terra da bonança…

E então ouviremos novamente belas estórias, como a de Montesquieu, o santo sábio
Ou de momentos vividos na nossa querida França
Como quando alma querida, cantastes Piaf a plenos pulmões sob a Torre Eiffel
Ou ainda quando com “Mr. Little Bird” pela primeira vez ganhaste o céu

Por tudo isso somos gratos a ti, ao mundo da poesia e aos poetas
Que podem tudo e transformam suas vidas em uma eterna festa
Levando a todos consolo, alento e contentamento
Porque têm, como tu, dentro da alma, uma grande orquestra


sexta-feira, 5 de setembro de 2014

24 - SAUDADES DA NORMANDIA (Bayeux, tu me manque!!!!)


Imagem: Bayeux - Normandia - Comemorações do "Dia D".
Em homenagem às comemorações dos 70 anos do Dia "D", das quais participamos, em junho de 2014, realizadas na cidade de Bayeux/Normandia, primeira cidade francesa a ser libertada dos nazistas na 2ª Guerra Mundial.

E essa saudade que não quer me deixar
Trazendo tão mansa as vivas lembranças
Daquele lugar…
Das celebrações, das ações e de momentos vividos
Por heróis de várias nações cujos feitos
Jamais serão esquecidos…

Saudade daquela cidade tão formosa e cheia de vida
das ruas estreitas, limpas, tortuosas e enfeitadas de bandeiras coloridas
Ideais pra passear…
Daquelas pessoas, de suas falas e atenções tão caras
Nunca antes por nós ouvidas e recebidas
Nessa vida…

Saudade do casario medieval e das paisagens
Dos campos verdes, dos palácios e castelos
Que pareciam etéreos…
Das famosas praias que um dia se encheram de sangue e de tormento
Mas que hoje representam um grande monumento a todos que viveram
Àquele triste evento…

Saudade dos odores, dos sabores e delícias
Que encantaram os olhos e encheram de carícias
Nosso paladar…
E das melodias que vinham da igreja e se espalhavam no ar
Ou de gaitas de fole escocesas tocadas por soldados que diante de nós
Passaram a desfilar…

Saudade da multidão que enchia as ruas e emocionada
Ao ver passar veteranos de guerra a eles gritavam:
MERCI A TOUS!!!!!!!
E para aqueles velhos soldados que desfilavam em cadeiras de rodas ou a passos lentos
Não poderia aquele povo dar maior medalha ou algo mais valioso
Que o seu reconhecimento…

Lembrando aquele mar de cruzes brancas que vimos, no cemitério inglês, a se perder na vastidão
Concluímos que o sacrifício daqueles homens
Jamais terá sido em vão…
Pois se temos hoje liberdade e harmonia
É por eles terem lutado para defender o mundo, um dia
Da loucura de um povo e de sua tirania.

terça-feira, 1 de julho de 2014

23 - O QUE A PARAÍBA TEM EM COMUM COM A NORMANDIA?



(Esse texto foi publicado integralmente no jornal "A União", de 25 de dezembro de 2014).

A Normandia é uma região localizada no noroeste da França. Durante a Segunda Guerra Mundial(1939-1945) a região foi palco da Batalha da Normandia, em que diversas tropas Aliadas desembarcaram em diversas praias dessa região, a fim de combater a dominação da Alemanha Nazista. Na Normandia estão localizadas belas cidades como por exemplo, Le Havre, classificada como monumento mundial pela UNESCO, Rouen - com seu casario medieval e sua bela catedral, a cidade onde Joana D’Arc foi queimada, Lisieux - com a famosa Basílica de Santa Teresinha, Caen, Rennes, e o Monte São Michel, terceiro ponto turístico mais visitado da França, atrás da Torre Eiffel e do Castelo de Versailhes. A região também é conhecida como o berço do impressionismo, pois foi aqui que Claude Monet pintou, em 1872, o quadro Soleil Levant, que deu origem ao movimento impressionista.
Mas o que essa região tem em comum com a Paraíba? Respondo: uma cidade chamada Bayeux.
A Bayeux normanda é uma cidade de 13.700 habitantes, fundada no sec. I a.C, com muitas casas medievais e uma bela catedral em estilo gótico, construída no século XI. Possui vários museus, entre eles o Museu da Tapessaria, que contém um bordado de lã de 70 metros, datado de mil anos, que conta a história da conquista da Inglaterra pelo rei normando Guilherme, O Conquistador. Em uma das versões, o bordado é atribuído à rainha Matilda, esposa do rei Guilherme, e suas damas de companhia, que bordavam, aguardando o rei retornar de suas batalhas. Bayeux tem uma atmosfera deliciosa de cidade do interior da França, com ruas estreitas, muito limpas e tranquilas e a gente fica com uma enorme vontade de morar alí. Dista 226 Km de Paris (cerca de 2 horas de trem, que parte da Gare St. Lazare). Foi a primeira cidade a ser libertada do jugo nazista pelos aliados na Batalha da Normandia, após o “Dia D”, tornando-se uma cidade-hospital (nela foram instalados 7 hospitais para atender os feridos na guerra). Lá encontramos o cemitério britânico, onde foram enterrados mais de 4 mil soldados britânicos mortos na segunda guerra. Possui ainda um memorial dedicado aos jornalistas, correspondentes de guerra, onde constam os nomes de todos aqueles que foram mortos no exercício da profissão no mundo inteiro, até os dias atuais. Oferece ainda, desde 1994, o prêmio anual “ Bayeux-Calvados” durante a realização do Encontro Anual dos correspondentes de guerra que ocorre na cidade. A economia se baseia na indústria agro-alimentícia, agricultura e, principalmente, no turismo.
A Bayeux paraibana, localizada na região metropolitana de João Pessoa, capital da Paraíba, é um ponto de morada de cidadãos, em sua maioria, deslocados pela seca, que buscaram em centros urbanos mais desenvolvidos uma condição social mais digna. Seu território é constituído por 60% de manguezais e resquícios de mata atlântica, o que torna a exploração de caranguejos atividade econômico-cultural importante para a cidade. Tem uma população estimada em mais de 95.000 habitantes (dados do IBGE 2014) e ocupa 32 km² de área o que a torna o segundo município mais densamente povoado do estado da Paraíba. A cidade fica localizada a 7 km da capital, João Pessoa. Bayeux, que se chamava Barreiras, era um povoado, pertencente ao município de Santa Rita e, somente em 1944, ganhou o atual nome, por sugestão do jornalista Assis Chateaubriand, permanecendo com ele, após sua emancipação em 15 de dezembro de 1959. O nome Bayeux deveu-se a uma homenagem à primeira cidade francesa a ser libertada dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
Em 2013, a Bayeux paraibana recebeu a visita de uma deputada francesa, que se interessou em conhecer a cidade homônima brasileira. Durante sua estadia, ela esteve reunida com o prefeito e membros do Poder legislativo municipal, tendo ainda visitado uma ONG do município, o Solar Joana de Ângelis, que atende a crianças carentes da comunidade Mário Andreaza. Na oportunidade, a deputada convidou uma delegação da cidade para participar em 2014 das comemorações dos 70 anos do desembarque dos aliados na Normandia. Fizeram parte da delegação, membros do legislativo municipal e da ONG. Os paraibanos participaram de várias cerimônias, no período de 4 a 8 de junho de 2014, onde estavam presentes várias autoridades mundiais, como a rainha Elizabete II, da Inglaterra, o presidente americano Barak Obama, o presidente francês Francois Hollande, o presidente russo Vladimir Putin, a chanceler alemã Angela Merkel, os primeiros ministros da Inglaterra, Canadá, entre outros. Muitos veteranos pertencentes às diversas nações aliadas também foram convidados para o evento. Vale salientar, que não havia nenhum representante do governo brasileiro presente, apenas a delegação paraibana e alguns poucos repórteres brasileiros radicados no sul e sudeste do País. Impossível descrever as emocionantes cerimônias em homenagem aos heróis vivos e mortos e a alegria do povo nas ruas saudando e agradecendo aos velhos soldados veteranos de guerra por sua luta pela liberdade da maioria das nações do mundo. As batalhas com todos os eventos permanecem vivos na memória daquele povo, e é transmitida de geração a geração, para que eles jamais esqueçam o que realmente acontece quando uma nação inteira enlouquece.
Infelizmente, os acontecimentos vividos e rememorados anualmente pela população da bela cidade da região da Normandia francesa são praticamente desconhecidos pela população da cidade de Bayeux paraibana que, com raras exceções, sabe o motivo de ter esse nome.
O que realmente esperamos, a partir das comemorações dos 55 anos de emancipação do município, comemorados nesse mês de dezembro de 2014, é que o interesse das autoridades da cidade francesa pela cidade homônima brasileira, desperte nos edis e em todos os dirigentes do município paraibano o interesse em difundir a história do nome da cidade junto à população e, principalmente, às crianças do município, para que elas possam tomar conhecimento e transmitir às futuras gerações, que o nome de sua cidade representa uma homenagem à valorosa população de uma outra cidade distante que lutou, sofreu, chorou e se sacrificou, permanecendo fiel aos sagrados valores da igualdade, liberdade e fraternidade, dando assim sua contribuição para que nós tivéssemos hoje paz no mundo.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

22 - SONHOS


O importante é nunca deixar de sonhar!
Mesmo que tenhamos de mudar os planos,
trocar a companhia, ir a outro lugar
Não devemos deixar de sonhar!

Pode parecer difícil, até mesmo impossível
O importante é acreditar
Que os sonhos vão se realizar

E mesmo quando se realizem
Não devemos nos acomodar
Porque sempre haverão
Outros sonhos a sonhar

Quem sonha permanece vivo
Porque viver é sonhar
E lutar para realizar

Sonhemos os nossos sonhos
Com fé, alegria e esperança
E com certeza veremos
Que quem persevera, sempre alcança.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

21 - SAUDADES

Respondendo as saudades de um amigo.


Também sinto saudades,
De tua companhia.....
Da azáfama diária
Da alegria e até da melancolia
Que acompanhei no dia-a-dia


Sinto saudades de tuas solicitações
Das ações
Das ocupações, do esforço despendido
dos inúmeros pedidos
do alvoroço, do almoço....

De tua luta solitária que eu assistia
Das conversas
De assistir as entrevistas,
E ouvir teu falar
pela TV do celular....

da labuta incansável
audiências a agendar
reuniões e compromissos
das oitivas, ofícios,
diligências a acompanhar...

Vai-se o tempo
Ficam os momentos
Para sempre na memória
Daqueles que fizeram parte
Da minha e da tua história.

quinta-feira, 8 de março de 2012

20 - DIA DA MULHER

(Imagem: Mme Rousseau et sa fille. Quadro de Élisabeth-Louise VIGÉE-LE BRUN, 1789. Exposto no Museu do Louvre, Paris)

Dou os parabéns neste dia
Às mulheres guerreiras
Que labutam, que lutam
Que vivem na afazia
Mas que mesmo assim
Não deixam de sorrir
Nem perdem a alegria...

Quero dar parabéns nessa hora
Às guerreiras mulheres
Que caem, que sofrem e sentem-se sós
Mas que mesmo assim não perdem o bontom
Levantam, sacodem a poeira
Passam o batom, pensam as feridas
E seguem na lida......

Parabéns para nós, mulheres amigas
Que mesmo oprimidas e incompreendidas
Sobrecarregadas e ignoradas
Jamais deixaremos de nos doar e fazer o melhor
E, sobretudo, de amar demais a vida

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

19 - Oração a Maria

Esses versos me enchem de grande consolo nesse momento de minha vida......


Maria, obrigada
Pela tua vida, pela minha vida
És o bálsamo consolador
És esperança de vida
Em ti resplandecem todas as virtudes
Em ti, imaculada
As estrelas brilham o teu nome
As aves do céu cantam em teu louvor
Junto de ti sinto teu manto
cobrir-me de um bem eterno
Teu olhar me enche de esplendor
Maria nos destes a paz
Nos destes o amor
e o teu filho, que nos libertou
Ouvindo voçê, eu tenho música
Contemplando voçê, eu tenho luz
seguindo voçê subo montanhas
junto a teus pés, tenho inspiração
Maria, obrigada!

(Poema escrito e musicado pela amiga Maria do Socorro Moura de Medeiros- 1976)

sábado, 17 de dezembro de 2011

18 - Canto para dormir

(Homenagem à professora, cantora, poetisa e escritora Valéria Maria Montenegro)

Vem Valéria, vem cantar
Cantar para eu dormir
canta a canção de Renard*
para eu poder sonhar
e assim voltar a sorrir....

Canta Valéria, canta pra eu dormir
Que a tua voz maravilhosa
de rouxinol, de cotovia
me envolva na melodia
me trazendo doce paz

Canta as canções da boa nova
ou aquela que fala das rosas
e da mensagem de Jesus
para que ele, com o teu canto
possa enxugar meu pranto
me envolvendo em sua luz

Vem Valéria, vem cantar
para que eu possa dormir
canta aquela canção espanhola
a de Danilo Barradas**
pois quem sabe seu exemplo,
sua jornada
Me dê forças pra prosseguir.....

Canta, Valéria, canta
a canção da esperança
me dando, assim confiança
nos caminhos do porvir
e grata serei a Deus
por ouvir os versos teus
que amenizam a minha dor
e me ajudam a refletir

Lembrando de tua voz
me sinto um pouco mais calma
Um alento me envolve a alma
Boa noite! Vou dormir....

Notas:
*"Renard" - raposa em françês: refere-se à Antoine de Saint-Èxupery, conhecido como "Le renard du désert (o raposa do deserto)".

**"Danilo Barradas" - Menestrel sul-americano que capturado pela guerrilha teve suas mãos decepadas por recusar-se a matar pessoas inocentes.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

17 - AOS MEUS COMPANHEIROS DE TRABALHO

Alguns anos já se passaram
Eu nem senti, eles voaram
É que a felicidade de aqui estar
Fez o tempo acelerar.

Em nosso ambiente temos muitas coisas boas
Aprendizados, amigos;
Incentivos;
Risos à toa...

Gente que,
De coração,
Deseja sempre ajudar
E estender as mãos.

O nosso dia a dia
É sempre cheio de alegria
Porque transformamos
O stress de alguns momentos
Em divertimentos.

As tarefas excessivas e sempre urgentes
Não impedem que a harmonia
Reine entre a gente
Isso contagia o ambiente
Todos sentem.....

E quanto ao Chefe,
Doce escravidão!
Da vigilância desse feitor,
Eu não quero fugir não!

A atenção quando chamada
É transformada em piada
E em gozação
Que só faz estimular
A nossa disposição.

Quero a todos agradecer
Pela companhia de todos os dias
Desses anos que se passaram
E dizer que devo a vocês
O amor pelo meu trabalho.

Desejo pedir a Deus
Que no tempo juntos que nos resta
Possamos todos os dias,
Seguir, transformando nosso labor nessa grande festa.

16 - SABER PEDIR

Essas máximas
Conheceis
Pedi e obtereis
Buscai e achareis

O universo conspira
Para que adquiramos
Tudo o quanto
desejamos

Mas nem sempre o que se pede
Com persistência e devoção
Nos faz sentir mais alegres
Nos trás grata satisfação

Pedir mal pode causar
Tristezas e sofrimentos
Dor e muito tormento
Levando ao arrependimento

É como se nos desviássemos
Da estrada a ser seguida
E mais a frente retornássemos
Ao ponto inicial da partida

Recomeçar é preciso
Verificamos, entretanto,
Que o desencanto sofrido
Fez algo mudar em nós

No corpo restam as marcas
Na mente, o ensinamento
No espírito, burilamento
No presente, resta a lição

A verdade cristalina
Que viemos a descobrir
É que realmente não sabemos
Na vida o que pedir

Quando pedires, portanto,
Ficai sempre bem atento
Será que o que estás pedindo
Te trará contentamento?

Procura, então a resposta
Em teu próprio coração
Se não sentires paz, desiste
Da tua solicitação

Aprendi a duras penas
O que antes não pude ver
É sábio saber pedir
E o quanto nos dói crescer

domingo, 4 de julho de 2010

15 - REFLEXÕES

Sem as experiências vividas
As agonias sentidas
Na faina, na luta pela vida
Eu não seria o que sou

Sem os tormentos, desalentos
Descontentamentos e maus momentos
Não seria eu o que sou

Sem o trabalho diário
O esforço solitário
E, muitas vezes, a incompreensão
Eu não seria o que sou então

Sem os adversários e partidários
Que me negaram ou estenderam a mão
Não seria eu o que sou então

Sem mudança íntima e sem labor
Fé e muita confiança
Em um futuro promissor
Eu não seria o que hoje sou

Mas, sobretudo, sem Deus
E o maravilhoso sentimento do amor
Não seria eu o que hoje sou

sexta-feira, 11 de junho de 2010

14 - A SESSÃO

(Em homenagem ao julgamento inédito no Brasil realizado pelo TRT da Paraíba em junho de 2010, condenando exploradores sexuais de crianças e adolescentes no pagamento de dano moral coletivo)

No pleno, o cenário
Era de grande tensão
Todos faziam silêncio
Vai começar a sessão

Convidados a retirar-se
Quem parte da lide não fazia
Pois na justiça, em segredo
O processo assim corria

Inicia o relator
Do seu voto a leitura
Defende a tese contrária
Fazendo a linha dura

Apresentou até tese
Que já se acreditava superada
Retrocedendo o processo
Ao início de sua jornada

Mil argumentos defende
Com veemência e paixão
Mas nestes não transparecem
Nenhum sentimento ou emoção

Em seguida o revisor
Que contrário era acreditado
Deu um show inesperado
No voto apresentado

Defendeu com inteligência
a causa da inocência
mas digamos que pecou
pelo excesso de prudência

Agora o Procurador
faz sustentação oral
Sublime em seus argumentos
Fiel a seu ideal

Parecia um guerreiro
Firme, forte, altaneiro
no meio daquela sala
enfrentando a batalha

Com sua verve brilhante
repleto de argumentos
buscou em todos os instantes
A defesa dos infantes

Momento de grande apreensão
foi quando houve empate
da competência atuante
quase o coração se abate

Após, os demais julgadores
Apresentaram seus votos
Alguns merecem louvores
Outros, meros seguidores

Depois de três horas estafantes
De discussões aguerridas
Chegou enfim o instante
De por um fim nessa lida

Na decisão prolatada
dotada de ineditismo
dos treze, onze exploradores
Pagam por dano moral coletivo

Se o resultado, afinal
Não procedeu no total
O importante, entretanto
É que o bem venceu o mal.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

13 - EU

Nunca mais o rosto vou esconder
não importa o que fui, mas o que luto para ser
consciente de que o ser humano
tem sempre mil defeitos a vencer

Minha força, minha energia, vem de Deus
Ele sabe do meu desejo, do meu ideal
de ajudar na luta do bem contra o mal

Não importa o lugar onde esteja
buscarei batalhar pela verdade
combatendo a mentira em mim mesma
e no resto da humanidade

Ser transparente que sou
Peco muito por inoçência ou inexperiência
e até mesmo por excesso de amor

Mas o importante é a experiência que fica
Pela lição que a vida nos deu
Fico feliz, por descobrir que além de amar os outros
o importante é EU AMAR MAIS EU.