O terrorismo é uma das piores
mazelas que o mundo sofre nos dias de hoje. Acredito que a maioria de nós
brasileiros, por falta de vivência, felizmente, não sabemos avaliar o contexto
do terrorismo em si mesmo. Também não sou especialista no assunto, mas não
posso me furtar de expressar nessas linhas algumas reflexões sobre o tema.
Claro que o terrorismo não está restrito à Europa, mas os recentes atentados em
Paris e sobretudo o último em Bruxelas têm chamado à atenção do mundo para um
problema que, convenhamos, está longe de ser solucionado. O que se via tanto em
Paris como na Bélgica, poucos dias antes do último atentado, era uma população
incentivada a continuar com sua vida normal, como se nada tivesse acontecido,
apesar dos duros golpes sofridos recentemente. A política atual orienta que se
siga o discurso de que “não se deve sentir medo, pois esse é o objetivo
primordial do terror: fazer-se temido. Mas, sinceramente, como não sentir medo,
quando observamos o grande número de policiais nas ruas? Como não sentir medo
quando nos dizem para evitar lugares com muitas pessoas como shoppings, estações
de trem e pontos turísticos mais visitados? Como não sentir medo, quando temos
de ser revistados em todas as lojas (a partir das de tamanho médio) e
supermercados que entramos? Como não sentir medo quando senta algum descendente
de árabe ou muçulmano ao nosso lado no metrô? Pensamos então: meu Deus, estarei
discriminando? Afinal de contas, nem todo árabe é terrorista. Mas o medo não
deixa de existir, apesar de nossas ponderações. E em Bruxelas, muito mais que em
Paris, impressiona o número de pessoas de descendência árabe na cidade. E o que
nos comove mais, é saber que, apesar da maioria dessas pessoas, sobretudo
jovens, terem realmente nascidos na Bélgica, não são aceitos na coletividade
belga em virtude de sua descendência árabe e muçulmana. Também por terem nascido
na Bélgica, não são aceitos nas comunidades dos diversos países árabes dos
quais são descendentes. Essas pessoas, em sua maioria jovens, são assim considerados
apátridas em seu próprio país. E isso não acontece apenas na Bélgica, mas
também na França e acredito que em outros países da Europa. Rejeitados, não lhes resta nada mais que sua religião, e isso
facilita sua cooptação pelo Estado Islâmico. Claro que aqui não estou tentando
explicar as razões do terrorismo, mas apenas expor uma face mesquinha da
sociedade atual, que sofre as consequências de sua discriminação exacerbada e
sua falta de amor ao próximo. Afinal de contas, se todos os povos se unissem e
se irmanassem, o contexto do mundo certamente seria outro. Reflitamos!
Artigo muito esclarecedor e atual. Concordo plenamente com a autora.
ResponderExcluirParabéns pelo texto, querida Jenete! Ah, se nós seres humanos compreendêssemos que o mais importante de tudo isso é o respeito que devemos ter pelo outro e que a senha é o amor! Um abraço!
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