sábado, 9 de abril de 2016

27 - BRUXELAS E O TERROR

Imagem: Grand Place - Bruxelas.



O terrorismo é uma das piores mazelas que o mundo sofre nos dias de hoje. Acredito que a maioria de nós brasileiros, por falta de vivência, felizmente, não sabemos avaliar o contexto do terrorismo em si mesmo. Também não sou especialista no assunto, mas não posso me furtar de expressar nessas linhas algumas reflexões sobre o tema. Claro que o terrorismo não está restrito à Europa, mas os recentes atentados em Paris e sobretudo o último em Bruxelas têm chamado à atenção do mundo para um problema que, convenhamos, está longe de ser solucionado. O que se via tanto em Paris como na Bélgica, poucos dias antes do último atentado, era uma população incentivada a continuar com sua vida normal, como se nada tivesse acontecido, apesar dos duros golpes sofridos recentemente. A política atual orienta que se siga o discurso de que “não se deve sentir medo, pois esse é o objetivo primordial do terror: fazer-se temido. Mas, sinceramente, como não sentir medo, quando observamos o grande número de policiais nas ruas? Como não sentir medo quando nos dizem para evitar lugares com muitas pessoas como shoppings, estações de trem e pontos turísticos mais visitados? Como não sentir medo, quando temos de ser revistados em todas as lojas (a partir das de tamanho médio) e supermercados que entramos? Como não sentir medo quando senta algum descendente de árabe ou muçulmano ao nosso lado no metrô? Pensamos então: meu Deus, estarei discriminando? Afinal de contas, nem todo árabe é terrorista. Mas o medo não deixa de existir, apesar de nossas ponderações. E em Bruxelas, muito mais que em Paris, impressiona o número de pessoas de descendência árabe na cidade. E o que nos comove mais, é saber que, apesar da maioria dessas pessoas, sobretudo jovens, terem realmente nascidos na Bélgica, não são aceitos na coletividade belga em virtude de sua descendência árabe e muçulmana. Também por terem nascido na Bélgica, não são aceitos nas comunidades dos diversos países árabes dos quais são descendentes. Essas pessoas, em sua maioria jovens, são assim considerados apátridas em seu próprio país. E isso não acontece apenas na Bélgica, mas também na França e acredito que em outros países da Europa. Rejeitados, não lhes  resta nada mais que sua religião, e isso facilita sua cooptação pelo Estado Islâmico. Claro que aqui não estou tentando explicar as razões do terrorismo, mas apenas expor uma face mesquinha da sociedade atual, que sofre as consequências de sua discriminação exacerbada e sua falta de amor ao próximo. Afinal de contas, se todos os povos se unissem e se irmanassem, o contexto do mundo certamente seria outro. Reflitamos!

2 comentários:

  1. Artigo muito esclarecedor e atual. Concordo plenamente com a autora.

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  2. Parabéns pelo texto, querida Jenete! Ah, se nós seres humanos compreendêssemos que o mais importante de tudo isso é o respeito que devemos ter pelo outro e que a senha é o amor! Um abraço!

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